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A poesia está na rua

 

 

Concurso de poesia sobre o 25 de abril tendo como mote a frase de um poema de Sophia Mello Breyner Andresen - A poesia está na rua -, que aparecera inscrita em muitos dos cartazes que desfilaram nas comemorações do 1.º de Maio e o cartaz de Maria Helena Vieira da Silva que assinalou o primeiro aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974.

12.º N – Desenho

Docente - Sandra Ogando

Alunos do ensino secundário | Português

Docente - Ausenda Queiroga | Aurora  Araújo - coord. do concurso. 

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“A Luta Continua” ou “Pedra Filosofal Revisitada”

Eles não sabem que a liberdade

não é uma constante da vida,

tão preciosa e reprimida

como outra coisa qualquer,

como sentar numa esplanada

e conversar sobre nada,

como comprar um livro e não o ler,

ao lado dos entes queridos envelhecer,

como conduzir sem rumo nem destino,

acreditar em sonhos de menino.

Eles não sabem o que é a censura,

o analfabetismo, a guerra colonial,

a mortalidade infantil, a polícia política,

o regime ditatorial.

Eles não sabem que a liberdade

é fugir a salto, sonhar alto,

beber Coca-Cola, ir à escola,

salário mínimo,

passe social, amar igual,

ir para o liceu de minissaia,

usar biquíni na praia,

que é o dever, o direito,

coração que bate no peito,

Serviço Nacional de Saúde,

greve, manifestação,

democracia, opinião,

cravo vermelho, abril,

férias, divórcio, votar,

viajar livremente, discordar,

são os filmes, o teatro, a cultura,

televisão, rádio, literatura,

música na rua, poesia que perpetua.

Eles não sabem, mas nós sabemos

que a liberdade é a recusa à submissão.

Que não nos esqueceremos

de quem por nós lutou

e gritou, “Revolução!”.

Rita Maçorano Lemos

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